Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Khossa, Magipa

1910-1955
Igreja do Nazareno
Moçambique

Magipa Mica Khossa era um curandeiro tradicional que todos os dias entrava numa cabaninha especial na sua propriedade onde ele rezava para os espíritos ancestrais. Ele era portador de deficiência, caminhava curvado com uma bengala apesar de não ser velho. Ele também pertencia a Igreja Etíope, um grupo independente africano, que continuava observando muitos dos aspectos tradicionais de adoração. Khossa sentia-se muito seguro na religião tradicional do seu povo, na qual ele também se considerava um cristão.

Ele ficou muito doente e seus amigos da Igreja Etíope o visitaram. Eles cantaram e rezaram as suas orações especiais ao lado do seu leito na cabana. Khossa também ofertou sacrifícios especiais aos espíritos ancestrais para acalmá-los e para devolver-lhe a saúde. No entanto, ele não melhorou. Um dia, um nazareno o Sr.Titus Sitoye, foi visitá-lo. O curandeiro lhe disse que tinha orado aos ancestrais e que o pessoal da Igreja Etíope tinha orado por ele, mas ele continuava tão frágil, que apenas conseguia levantar-se da cama. Titus abaixou a cabeça e começou a orar. De repente, ele parou e disse a Khossa que Deus não escutaria as suas orações enquanto ele continuasse com o seu compromisso com os espíritos demoníacos. Khossa lhe disse: “- Então vá e traga o seu pastor para que me ajude. Eu quero me arrepender.”

O pastor e muitos cristãos da igreja vieram. Muitos membros da família que não eram cristãos, e vizinhos se juntaram ao redor para ver. Caminhando com dificuldade, ajudado pela sua bengala, Khossa trouxe toda a parafernália dos seus rituais: ossos, amuletos e simpatias, e as empilhou na frente da cabana ancestral. Ele trouxe um pedaço de lenha acesa da cozinha de uma cabana vizinha, e ateou fogo na pilha. Depois tocou fogo no telhado de palha da cabana. Os cristãos cantaram um hino e louvaram a Deus. Os não cristãos se agarravam uns nos outros com medo. Eles esperavam que os espíritos descessem e matassem Khossa, mas isso não aconteceu.

Os cristãos oraram com fervor para que Deus escutasse a oração de arrependimento de Khossa e o salvasse. Khossa testemunhou a todos que ele não era mais um curandeiro. Ele agora era um cristão, e jamais iria orar aos espíritos maus. Em companhia dos cristãos ele foi para o hospital da missão. A sua família e os vizinhos tinham certeza que jamais voltariam a ver Khossa. Então, um dia, algumas crianças que brincavam no terreiro, o viram chegando de bicicleta.

Por dois meses ele testemunhou para o povo da região sobre o Deus cristão. Ele voltou a ficar doente e as pessoas diziam que era por obra dos espíritos ancestrais. Khossa lhes respondia: “- Se fossem os demônios, eles teriam me matado há tempo. Todo mundo fica doente alguma vez na vida. Se eu morrer, eu irei ao céu para estar com o meu Deus. O que é que isso tem de ruim?” Ele recusou-se a usar os medicamentos e o tratamento dos curandeiros. O Sr. Khossa morreu algumas semanas depois, após cantar um hino de louvor a Jesus, e implorar às pessoas que acreditassem nele. [1]

Paul S. Dayhoff


Notas

  1. C. S. Jenkins, “Um Curandeiro Encontra a Jesus,” As Outras Ovelhas, Revista Missionária da Igreja do Nazareno, (Kansas City, MO: casa Publicadora do Nazareno, Outubro 1955).

Este artigo foi reproduzido com permissão de Africa Nazarene Mosaic: Inspiring Accounts of Living Faith, primeira edição, (Flórida, Gauteng, África do Sul: Publicações Nazarenas da África, 2002), copyright © 2001 por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos são reservados.