Coleção Clássica DIBICA

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Harris, William Wadé (C)

1860-1929
Igreja Harrist
Libéria , Gana , Côte d’Ivoire

William Wade Harris

Profeta e líder de movimentos de massa do Oeste da África.

Wadé (seu sobrenome original) nasceu na vila de Half-Graway, próximo do Cabo de Palmas, Libéria, um quarto de séculos depois da chegada dos missionários e colonos negros americanos. Apesar de ser filho de um pai pagão ele dizia ter “nascido metodista”, provavelmente uma referência à fé da sua mãe. Em 1888, depois de casar-se com Rose Farr, a filha de um professor do Internato da Escola da Igreja Episcopal dos EUA em Half-Graway aceitou um emprego na missão Episcopal. De 1892 a 1908 ele cresceu entre os funcionários da missão, ensinando e evangelizando entre o povo. No entanto, o bispo liberiano Samuel Ferguson deixava de ter uma postura pró-Glebo e se identificava com as autoridade negras imigrantes. Em 1899 Harris tornou-se o intérprete oficial da população Glebo e a sua lealdada foi severamente testada. As suas profundas diferenças com Ferguson, a sua adoção da escatologia apocalíptica dos Testemunhas de Jeová e a influência do Dr. Edward Blyden o levaram a cooperar com uma conspiração pró-britânica. Condenado como traidor e demitido da Missão Episcopal, Harris foi preso durante a desastrosa guerra Glebo-Liberiana de 1910, a qual ele apoiou. Na prisão uma unção do Espírito durante uma visita do anjo Gabriel provocaram a obediência a Grande Comissão de Cristo e o transformaram no “profeta dos últimos tempos”.

Acompanhado por mulher cantoras ele se considerava o Elias negros “dos últimos tempos” antes do retorno de Cristo numa missão de confrontação de poderes encarregado de trazer um reino de paz com uma túnica branca, turbante e descalço com um cajado em cruz, uma Bíblia, um chocalho de cabaça e uma tigela batismal ele proclamava a poder de Deus e da Cruz de Cristo chamando ao arrependimento e a destruição dos amuletos. Rejeitava pagamento pelo seu ministério, ele batizava, expulsava espíritos e curava. Ele ensinou a oração do Pai Nosso, os Dez Mandamentos e a observância estrita do domingo como um dia de oração e descanso. Ele enviou milhares de pessoas batizadas aos missionários católicos e protestantes para que os ensinasse. Onde não havia missionários ele nomeava “Doze Apóstolos” entre a população local e prometia que “brancos com a Bíblia” viriam como professores.

No começo de 1924, na Costa do Marfim, William J. Platt da Sociedade Missionária Metodista estabeleceu a Igreja Metodista entre cento e sessenta congregações deste tipo com mais de trinta e dois mil participantes. O poder de confrontação e simbolismo de Harris encontraram a sua maior continuidade na Igreja de Gana dos Doze Apóstolos e na Igreja Harris ta da Costa do Marfim com Ebrie John Ahui.

David A. Shank


Bibliografia

Gordon Mackay Haliburton, The Prophet Harris: The Study of an African Prophet and His Mass Movement in the Ivory Coast and the Gold Coast (1971).

John Hargreaves, editor e tradutor, “The Prophet Harris,” na França e Oeste da África (1959), pp.257 - 262.

David A. Shank, The “Black Elijah” of West Africa (resumo de Jocelyn Murray; 1994) e “William Wadé Harris,” em Gerald H. Anderson et al., editores., Mission Legacies (1994), pp. 155 - 165.

Frank Deaville Walker, The Day of Harvest in the White Fields of Africa (1925).

Sheila S. Walker, Religious Revolution in the Ivory Coast: Prophet Harris and the Harrist Church (1983). Harris não deixou nada escrito e somente duas cartas assinadas.


Este artigo é reproduzido com permissão do Biographical Dictionary of Christian Missions, copyright © 1998, por Gerald H. Anderson, W. B. Eerdmans Casa de Publicações, Grand Rapids, Michigan. Todos os direitos são reservados.