Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Chaia, André

1909-1983
Igreja do Nazareno
Moçambique

André Maholo Chaia nasceu no distrito de Regulo Dambuza (Nyavatshwani) em Chikholo, onde ele cresceu e também chegou ao arrependimento. Após vários anos sua igreja juntou-se à Igreja do Nazareno em Banze dentro da área do chefe Nguluze, e André mudou-se de Chikholo para Banze, onde o Pastor Yohani Mungoi atendia a congregação. Essa Igreja tinha sido fundada no ano 1925 pelo Pastor David Cuco, durante o grande avivamento que soprou através da região Sul do Moçambique, com o retorno dos mineiros da África do Sul que testemunhavam sobre poder do evangelho para salvar do pecado.

Em 1929 Chaia casou-se com a Srta. Lucia Mabunda Matsinhe. Deus abençoou o seu lar apesar de muitas dificuldades. Tiveram treze filhos, mas cinco deles morreram devido às condições de pobreza extrema. Um dos seus problemas era que Lucia tinha sido possuída por demônios, e estes continuavam a perturbá-la. Através da sua fé e oração, este problema foi superado. Chaia era um homem de fé, e ele acreditava que o poder do evangelho era maior que o poder dos demônios e dos espíritos maus.

Quando o Pastor Yohani Mungoi morreu em 1936, André Chaia serviu como líder da congregação, até que o Pastor André Matsambani Simbine (1890-1988) chegou ao fim do mesmo ano. Em 1972 o Pastor Francisco Chambule (f.1988) continuou o trabalho de Simbine com o pastor em Banze. Ele estava trabalhando nas minas de Stilfontein, na África do Sul, e tinha aceitado o chamado à responsabilidade de guiar a congregação de Banze. Ele fez um ótimo trabalho até a sua trágica morte em 1988 pelas mãos dos terroristas. Ele foi assassinado durante uma visita pastoral numa casa.

Em 1936, Chaia foi para Joni (Johanesburgo) para trabalhar nas minas. Ele trabalhava período parcial e servia como líder da organização da igreja lá. Em 1948, quando liderava trabalhos em Rand Leases ele pegou uma doença que o afetou pelo resto da vida. Em conseqüência, voltou a ajudar em banze em 1949.

Em 1950 Chaia foi convidado a atender a igreja em Chikavani. Ele ficou muito emocionado em poder responder uma vez mais ao chamado de Deus ao pastorado. Foi eleito líder regional, baixo a liderança do Rev. João Muchave, superintendente do distrito.

Chaia foi um grande líder com qualidades administrativas. Ele acreditava na educação dos jovens na igreja. Ele costumava dizer: “o futuro pertence às nossas crianças, portanto precisamos orar por eles, até que eles respondam ao Senhor.” Quando seu neto, Fillipe Banze, teve dificuldade para continuar na escola, Chaia pagou todas as suas despesas escolares e orou para que ele dedicasse toda a sua vida a Deus. Ele finalmente fez isso, e entrou como estudante na Faculdade Bíblica do Nazareno na Suazilândia em 1988. Em 1996 ele retornou à escola e começou os seus estudos de graduação em bacharelado de teologia. [1]

Em 1954 o distrito de Mavengane solicitou a Chaia que pastoreasse em Chan’wane, o que ele não pôde fazer devido às condições de vida do lugar, e retornou para sua casa em Chicavane. Ele lutava contra a sua doença em 1957 e a congregação o enviou ao Hospital Chicumbane onde o Dr. Bush o atendeu e o ajudou.

Em 1961, Chaia fez um Curso para Trabalhadores Cristãos na faculdade Bíblica, após o qual retornou para Chicavane. Em 1964 ele e o Rev. Simeao Manhique foram escolhidos para atender as igrejas em Joni (Johanesburgo, África do Sul). De volta ao seu lar em 1966, Chaia queria servir ao senhor e pregar, mas a sua doença piorou. Seus filhos freqüentemente vinham de Johanesburgo para visitá-lo e ficaram chocados pela sua aparência.

Ele lhes disse: “-Eu sei que prontamente me mudarei deste mundo, quando a minha casa cair.” Ele dava testemunho com as palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 5:1, “Sabemos que se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos de parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos Céus, não construída por mãos humanas.”

Em 1983 Chaia ficou extremamente magro e a sua condição física se deteriorou muito. Ele foi internado no hospital Xai-Xai e depois no hospital Manjacaze, mas não melhorou. Mandaram chamar o seu filho Reverendo Nehemias Chaia em Johanesburgo. Finalmente ele foi mandado para casa, e em 15 de agosto de 1983 ele faleceu. Ele morreu vitoriosamente mantendo a fé em Deus. Durante as orações matutinas ele gostava de cantar “Te louvamos nosso Deus”; a noite ele gostava de cantar, “ Jamais Temas”. Ele colocava a Jesus Cristo em primeiro na sua vida.

O seu filho Nehemias Chaia declarou: “- Quando éramos crianças continuamente examinávamos a sua vida discretamente. Será que o pai confia em Deus completamente? Será que ele visita os curandeiros ou vai às suas reuniões em procura de adivinhos? Será que ele secretamente bebe álcool? Jamais achamos nenhuma dessas coisas na sua vida. A sua vida era certa.” [2]

Paul S. Dayhoff


Notas

  1. Relatório do Sr. Filipe Banze, da Faculdade Bíblica Nazarena da Suazilândia, Jullho 1998.

  2. Rev. Nehemias A. Chaia, “Os Pais de um Pregador Dormiram,” Mutwalisi (The Herald), Shangaan/Tsonga revista da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul, (Flórida, Transvaal, África do Sul: Editora Nazarena, Maio 1984), 4-5.


Este artigo foi reproduzido com a permissão de: Africa Nazarene Mosaic: Inspiring Accounts of Living Faith, primeira edição (Flórida, Gauteng, África do Sul: Editora Nazarena da África, 2002), copyright © 2001, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.