Coleção Clássica DIBICA
Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.Chirindzane, Rabeca
A Senhora D. Rabeca Chirindzane era filha do pastor Johani Chirindzane e da Sra. D. Maria Uqueio Chirindzane, que foram pastores em Macatecani, Manjacaze. A igreja ali fora iniciada sob uma missão que trabalhava com os mineiros.
Rabeca casou-se com o Sr. Zefania Chissanu, que se preparava para o ministério na Missão Nazarena de Njatigue. Quando ele faleceu, em 1928, fazia três anos que haviam-se casado, e não tinham filhos. No leito de morte, Zefania chamou as famílias de ambos e declarou que Rabeca deveria ficar livre para regressar à casa do pai, e não sentirse obrigada a casar com o irmão dele.
Porém, em 1929, o irmão do falecido marido, que não era cristão, chegou e declarou que ele havia de tomá-la como a segunda esposa, e que não havia remédio para ela. A lobola (o custo original) era demasiado para ela ou o seu pai pagar, a fim de ela ficar livre.
Ela fugiu e escondeu-se na floresta por alguns dias. O irmão dela, David, era estudante na Escola Bíblica na Missão de Njatigue. Uma missionária, Miss Mary Cooper, quando ouviu a história, deu a ele as vinte e cinco libras que eram necessárias para ela ser redimida.
De volta à casa, David ficou surpreendido ao encontrar sua irmã. Ela disse-lhe que o Senhor lhe tinha mostrado que ela devia regressar a casa, mas não seria tomada por esse homem. Com o dinheiro do resgate o assunto foi logo resolvido e ela ficou livre.
Rabeca foi agradecer à Sra. Mary Cooper e quis ser serva dela sem qualquer remuneração. Ela, certamente, recebeu pelo seu trabalho. O seu serviço foi tão meticuloso e metódico que Rabeca foi escolhida como a primeira para o curso de enfermagem em Chicuque, Hospital Metodista de Inhambane. Ali foi treinada de 1933 até 1937. Depois tornou-se a primeira enfermeira nazarena treinada em Gaza e serviu fielmente ao Senhor e ao seu povo no Hospital Nazareno em Tavane até se aposentar, em 1972.
A Sra. D. Rabeca Chirindzane guardava o seu dinheiro e, em 1950, trouxe à Sra. Mary Cooper a totalidade da quantia que havia sido paga pela libertação. Decidiram usar o dinheiro para redimir outras mulheres que tivessem problemas semelhantes.
Em 1987, Rabeca Chirindzane, envelhecida e fraca, já não podia ver bem. Ela vivia com familiares em Maputo, mas já não conseguia assistir aos cultos.[1]
Paul S. Dayhoff
Citações:
- Emslie, With both hands: The Story of Mary Cooper of Gazaland, (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1970),73-76. O. & M. Stockwell, The tribe of God: A Collection of Stories from African Christians, (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1989),21-22. Vicente Mbanze, carta, (13 Abril 1995). “Grandmother Rabeca Chirindzani, Fruits of the Church of the Nazarene in Gazaland”, MUTWALISI(The Herald), Shangaan/Tsonga magazine of the Church of the Nazarene in Mozambique and South Africa (O Arauto,revista na língua Tsonga da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul), (Florida, Transvaal, África do Sul): Nazarene Publishing House, vol. 32, no. l, Julho 1987),5.
Este artigo é reproduzido, com permissão do livro Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, direitos do autor © 1999, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.
Este artigo foi traduzido da língua inglesa pelo Rev. Roy Henck, missionário reformado para Cabo Verde, e pelo Rev. António Barbosa Vasconcelos, pastor cabo-verdiano.