Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Tivane, Daniel

1937
Igreja do Nazareno
Moçambique

O Rev. Daniel Tivane ouviu pela primeira vez, em sua casa no sítio de Incaia, em 1903, que “Jesus está aqui.” Juntamente com os outros rapazes perguntou: “Onde está ele?” Disseram-lhe que se ele fosse à escola havia de vê-Lo. Foram na segunda-feira e o professor os mandou de novo para casa a fim de pedirem licença. O pai de Daniel ficou zangado e recusou permitir que o filho fosse à escola. O pai dele era famoso em todo o país como médico tradicional, e queria que o filho o seguisse nesse trabalho. Porém isto não impediu que Daniel fosse à escola. Ele queria ver Jesus.

Num domingo, o pastor disse que se uma pessoa crê em Jesus, deixando todas as atividades más, ela havia de ver Jesus e encontrar a vida eterna. Isto incluía deixar de furtar, mentir, fumar tabaco, cometer adultério e adorar os demônios. Daniel dirigiu-se ao altar para orar e chorar por causa dos seus pecados. Pediu perdão e purificação. Testemunhou depois: “Eu saí com grande alegria porque os meus pecados não me deixavam ver Jesus. Decidi deixar todos eles junto à Sua cruz.” Ele juntou-se à classe de membros, experimentalmente, e em 1908 foi batizado e recebido como membro da igreja. Então Tivane começou a contar aos outros deste grande médico espiritual que podia curar a doença do pecado.

Ele encontrou a Missão Internacional de Santidade (International Holiness Mission) enquanto trabalhava nas minas de ouro em Joanesburgo, e veio a ser o líder da igreja em Randfontein no West Rand. Ele sentiu-se perturbado por desejos do mal, incluindo inveja, orgulho, vingança e ira. O Rev. David Jones, missionário, explicou-lhe a possibilidade da inteira santificação. Como ele era o dirigente, o Sr. Tivane sentiu vergonha de confessar publicamente uma necessidade espiritual, portanto, esperou.

Então, no dia 17 de outubro de 1917, o Rev. Harmon Schmelzenbach, missionário nazareno de Suazilândia, visitou a igreja Ferguson. Ele pregou acerca do batismo do Espírito Santo e sobre a necessidade de o “velho homem” ser expulso. O Sr. Tivane levantou-se do seu lugar e foi orar ao altar. Em lágrimas, orou, dizendo: “Que esta pessoa medonha seja removida. Purifica-me com o fogo do Espírito Santo.” Logo o Sr. Tivane encontrou o grande tesouro. [1]

Ele contou do Sr. Ukeyo, que foi trabalhar no West Rand (perto de Joanesburgo), em Julho de 1924. O Sr. Ukeyo ainda não se tinha convertido. No dia 27 de julho, encontrou o Senhor e começou a evangelizar. No dia 14 de novembro, morreu num desabamento de pedras. Junto à sepultura, mais cinco pessoas entregaram os seus corações ao Senhor e ficaram cheias de alegria, em vez de tristeza. [2]

O Rev. Tivane foi ordenado em 1930, regressou à sua casa e construiu uma grande igreja em Incaia. Foi nomeado líder principal em Gazalândia. O Rev. Tivane era um homem baixo, tinha boca larga e um temperamento sério. Era um verdadeiro diplomata. A sua diplomacia e paciência evitaram muitas catástrofes na igreja.[3]

Paul S. Dayhoff


Citações:

  1. Daniel Tivane, “Testimony” (“Testemunho”), Umphaphamisi (O Araujo), revistas nas línguas SiSwati e Zulu da Igreja do Nazareno na Suazilândia e África do Sul, (Florida, Transvaal, África do Sul: Nazarene Publishing House, Maio-Junho de 1936), 8.d

  2. Sra D. B., Reginald & Harold Jones, David Jones: Ambassador to the African, (KC MO: Beacon Hill Press of Kansas City, 1955),93.

  3. H. K. Bedwell, Black Gold (Ouro Negro)*: The Story of the International Holiness Mission in South Africa. (Cape Town: Cape Times Limited, 1936), 46.


Este artigo é reproduzido, com permissão do livro Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, direitos do autor © 1999, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.

Este artigo foi traduzido da língua inglesa pelo Rev. Roy Henck, missionário reformado em Cabo Verde, e pelo Rev. António Barbosa Vasconcelos, pastor cabo-verdiano.