Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Creux, Ernest and Paul Berthoud

1845-1929 e 1847-1930
Livre Igreja de Vaud
África Do Sul

Vejo na minha frente tudo que possa ser descrita como o pior terrível, fisicamente. Mas Jesus lhes ama, e nós lhes amamos no amor de Jesus. E, de volta, os sofrendo pobres corações ficam cheios com amor e gratidão.

–Ernest Creux, de uma comunidade sul-africana de lepra.

Suiça é um país pequeno com um povo intencional e, enquanto a sua presença missionária nunca foi muito grande, os seus membros envolviam-se numa atividade missionária cuidadosamente planejada. Assim foi o caso do Ernesto Creux e Paulo Berthoud, dois missionários do fim do século 19 e princípio do século 20. Eles trabalhavam entre o povo Tsonga na região nordeste do África do Sul e o povo Ronga no sul de Moçambique.[1] Durante o tempo cumprido do serviço deles na África austral, cerca de trezentos lugares de adoração foram construídos nestas duas regiões, e eles também foram bem conhecidos pelo serviço feito entre os lepras, os prisioneiros e aqueles sofrendo de doenças mentais.

Ambos vieram da Igreja Livre da Cantão de Vaud, a região perto da cidade de Genebra. O Creux estava impulsivo e um poeta; Berthoud era um planejador cuidadoso e um organizador, a pessoa que desenvolveu as concepções entre os dois. Porque a denominação deles naquele tempo não teve um programa missionária, os dois foram enviados para estudar na Universidade de Edimburgo para aprender a língua inglesa e umas coisas da medicina. Em 1875, Creux, Berthoud, e as famílias deles partiram para assumir uma responsabilidade entre o povo Gwamba no interior. Os sul-africanos de herança holandesa estavam fortemente hostis para com este povo. Um dos anciãos disse, “São ladrões, mentirosos, trapaceiros, e além disso, eles falam uma língua muito difícil.” Respondeu um dos missionários, “São exatamente o tipo de povo que estamos a procurar. Jesus não veio buscar e salvar o que estava perdido?” Por dia 9 de Julho de 1875, a caravana missionária de trinte e nove pessoas, com dois bebês entre eles, e mais que cem bois, chegou no distrito montanhosa de Spelonken, que estava muito semelhante às zonas de Suiça. Mesmo enfrentando as dificuldades de viver sem casas e tendo poucas provisões, eles iniciaram a construção de uma missão. Os planos foram interrompidos brutalmente no segundo ano do trabalho quando Creux e Berthoud foram presos pelos sul-africanos que estavam a lutar numa guerra contra o povo local.

As mulheres foram deixadas dirigir o trabalho da nova missão por uns meses. Em 1879 e 1880, uma epidemia de paredismo atingiu a area matando a Sra. Berthoud e uma das suas cinco crianças. Ao mesmo tempo, três crianças da família Creux morreram com difteria. Mesmo enfrentando estes desafios, a organização missionária aumentou os seus esforços a favor da Missão para África do Sul. Um evangelista local foi ordenado para servir entre o povo Gwamba no território português e o irmão do Paulo, Henri, também chegou na África do sul. Entretanto, Paulo Berthoud continuou a sua recuperação na Suiça. Durante este tempo ele publicou uma tradução de versículos da Bíblia e uns hinos na língua do povo. Creux continuou na África do Sul foi solicitado servir como mediador entre o governo sul-africano e o povo Bavenda que recusaram pagar impostos aos invasores do seu território.

Uma característica das missões suíças foi o recrutamento ativo e a formação de pastores africanos. Mesmo assim, onde Creux estava a servir, a igreja experimentou retrocessos. A chegada de mineiros de ouro na área trouxe transtornos sociais severos com trabalhadores sem ligações familiares com salários altos procurando bebidas alcoólicas. A estabilidade frágil das comunidades tranquilas dos cristãos foi ameaçada. Salários pagos pela missão estavam baixos em comparação com os dos mineiros, e havia muitas outras distrações.

Pelo fim do século, as missões foram bem estabelecidas com fundações fortes. O Creux ficou na cidade de Pretória como diretor das atividades. Também serviu como pastor de mais que quatrocentos prisioneiros que receberam a sentença da morte pelo governo sul-africano. Além disso ele serviu como pastor de uma comunidade de lepras. Das lepras ele disse, “Vejo na minha frente tudo que possa ser descrita como o terrível pior, fisicamente. Mas Jesus lhes ama, e nós lhes amamos no amor de Jesus. E, de volta, os sofrendo pobres corações ficam cheios com amor e gratidão.” O Berthoud ficou em Moçambique. O triunfo dele foi a construção de uma igreja com capacidade de mil e duzentas pessoas. Mas ao mesmo tempo, sofreu a perda amarga da sua segunda esposa, vítima de disenteria.

*Senhor, tu tens estado o nosso refúgio,

De uma geração para uma outra,

Antes que as montanhas apareceram,

Ou a terra foi nascida,

De idade para idade, Tu és Deus*

Frederick Quinn


Notas

  1. “Ernest Creux and Paul Berthoud,” in Horton Davies, Great South African Christians (New York: Oxford University Press, Geoffrey Cumberlege, 1951), 151-159.

Este artigo é reproduzido, com permissão, do livro African Saints: Saints, Martyrs, and Holy People from the Continent of Africa, copyright © 2002 por Frederick Quinn, Crossroads Publishing Company, New York, New York. Todos direitos reservados.