Coleção Clássica DIBICA
Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.Correia, José
José Correia nasceu na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Foi a Cabo Verde ainda jovem. Mais tarde, trabalhou como funcionário público na Praia. Era um rapaz formoso e excelente cavaleiro. Teria gracejado com Angelina, a jovem nazarena com quem namorava; e fazia troça dos pregadores. Ele causava muita aflição aos nazarenos que trabalhavam na sua secção. A perda de emprego do Sr. João Branco tornou difícil a situação tanto para ele como para a sua família. A igreja começou a orar por José Correia.
Lina também orava por ele e fez tudo o que era possível para que chegasse às mãos dele um folheto a descrever a conversão de certo padre no Brasil. José começou por se aproximar da casa do culto e ficava a escutar à janela. Finalmente, montou o seu cavalo e dirigiu-se a uma cabana que possuía no interior da ilha. Ali pôs-se de joelho e, sozinho, disse a Deus que iria converter-se, mas não sabia como orar; assim, cavalgou de volta para casa. Informou a família que iria tornar-se protestante. Os familiares ficaram ofendidos e lamentaram muito; mas à noite, em 1943, foi ao culto entregou-se ao Senhor. Chamou João Branco de novo ao emprego. Mais tarde, José recebeu a inteira santificação e sentiu-se chamado ao ministério.[1]
José Correia testificou, dizendo: “Fui educado numa religião de idolatria – o Catolicismo Romano. Ajoelhei-me perante os deuses pagãos. Nisto chegaram à cidade onde eu morava dois servos de Deus que proclamavam não só o Deus vivo e verdadeiro, como também o Seu Filho, Jesus Cristo… A mensagem estremeceu o meu coração… Prostrei-me então aos pés do Deus Salvador, e ali deixei o meu pesado fardo.”. E prosseguiu: “Não foram o terror ou o desespero que me induziram a tomar esta decisão; antes, foi o desejo de obter o descanso, a paz e a satisfação que tenho estado a gozar a partir daquele dia. Este Salvador conquistou o meu coração para sempre. Converti-me a este Deus verdadeiro e amoroso. Pude conhecer o Seu imenso amor; só desejo viver para Ele e servi-lo enquanto eu viver neste mundo.[2]
Casou com Maria Angelina Correia, com quem teve dois rapazes e duas meninas. Angelina era uma jovem talentosa e encantadora, filha de uma enfermeira corajosa, a primeira pessoa a abrir a sua casa aos Howards, quando estes chegaram à Praia em 1939. O casal Correia iniciou o seu ministério na Praia em 1944, tendo servido a muitas igrejas, em seis ilhas.
Certa vez, um jovem de vinte e um anos esteve preso durante alguns dias, por ter apedrejado o Sr. Correia e o Missionário Rev. Howard. O Pastor Correia fez-se amigo do rapaz, e este veio a converter-se por causa do amor que este homem de Deus lhe demonstrou.
O Rev. Earl Mosteller, procedente do estado dos “cowboys” -Dakota do Sul- reconheceu em José Correia um bom cavaleiro e referiu-se a ele como “um dos corredores mais asseados que já conheci”.[3] Deus usou grandemente o Rev. José e D. Lina Correia. Os pais dele em Portugal praticamente o deserdaram por causa da fé que ele abraçou. Tendo partido para a sua recompensa, deixou viúva a D. Lina.
Paul S. Dayhoff
Citações:
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Basil Miller, Miracle in Cape Verde (Milagre em Cabo Verde): The Story of Everette and Garnet Howard, (Kansas City, MO: Beacon Hill Press of Kansas City, 1950), 154-155.
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Alice Spangenberg, Jerusalem and Beyond (Jerusalém e Além): Christian Missions in the Cape Verde Islands and the Middle East, (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1950), 41-42, 48.
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António Leite, carta (de 29 de Maio, 1995). Bodas de Ouro: Igreja do Nazareno, 1908-1958 (Fiftieth Anniversary Album), (S. Vicente, Cabo Verde. Editora Nazarena,23.
Este artigo é reproduzido, com permissão do livro Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, direitos do autor © 1999, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.
Este artigo foi traduzido da língua inglesa por Rev. António Barbosa Vasconcelos, pastor cabo verdiano.