Monteiro, Jesuino

1902-1980
Igreja do Nazareno
Cabo Verde

Jesuino Monteiro

O Pastor Jesuino Monteiro era chamado de “o pequeno homem religioso.” Era um marinheiro e pescador da vila de Bombardeiros na ilha de Fogo, e viajou aos EUA num veleiro.

Em 1919, um dia se sentiu atraído por uma banda do Exército de Salvação em New Bedford, Massachusetts. Ele parou pra escutar a mensagem. [1] dezessete anos depois ele testemunhou o que tinha acontecido: “- Eu fiz a oração pedindo que deus perdoasse os meus pecados. Naquela hora, senti uma paz no meu coração, que ainda está aqui.” Ele aprendeu algumas canções e comprou uma Bíblia. Dois dias depois, o seu navio partiu de retorno para Cabo Verde.

Ao chegar de volta a casa, Jesuino Monteiro começou a caminhar pela ilha cantando e falando da Salvação e a paz através de Cristo. As pessoas não acreditavam nele, e pensavam que ele era meio louco. Jogavam-lhe pedras e o perseguiam. Inclusive a sua família e esposa ficaram contra ele. Por dezessete anos ele perseverou e orou continuamente a Deus para que enviasse missionários ao seu povo. Nas noites escuras, ele costumava ia à praia e clamar a Deus.

Desde a idade de dezessete anos, ele sofreu de hidropisia. Como conseqüência disso, ele não podia trabalhar como marinheiro, e tinha que pescar para sobreviver. Ele era extremamente pobre e tinha que vender telhas do telhado da sua casa ou tábuas do assoalho para comprar comida.

Quando os missionários: Rev. Everette Howard e a Sra. Garnet Howard, chegaram a Fogo (c.1938), eles foram excepcionalmente bem recebidos. Espalhou-se o boato de que as pessoas religiosas tinham chegado. Essa resposta positiva à mensagem do Evangelho demonstrou que Deus tinha estado trabalhando no lugar.

Monteiro veio correndo recebê-los e cantando: “- Feliz no Caminho (‘Glória ao Seu Nome’).” Ele tinha um metro e cinco de altura, pele negra, cabelo grisalho, e caminhava curvado. Ele chorava de alegria e agradecimento a Deus, e não queria perder Everette Howard de vista. Ele o abraçou e insistiu em colocar a sua esteira de folha de bananeira ao lado da cama do missionário para dormir. Howard uma vez lhe deu uma mula, mas ele a trocou por um saco de comida. Outra vez um missionário lhe deu o seu melhor par de sapatos, e Monteiro os vendeu para comprar comida.

Numa tarde, numa reunião de oração numa cabana na pequena vila de Mosteiros em Fogo, os crentes se sentiram guiados a clamar a Deus para que tocasse o corpo de Monteiro. De repente, Deus o curou. Everett Howard escreveu uma carta (c. 1950) sobre o acontecido: “- Daquele momento em diante até agora, ele jamais teve nenhum sinal daquela doença terrível.” [2] Quando o vulcão entrou em erupção em 1951, a casa dele foi uma das poucas da vila que permaneceu em pé. [3]

O Sr. Jesuino Monteiro estava presente no culto de dedicação da Igreja de São Filipe em Fogo, em 1970, e regozijava-se pelo fato de terem dois pastores com dedicação exclusiva na ilha.

Paul S. Dayhoff


Notas

  1. Howard, Lydia, Island Hopper: Adventure in Cape Verde, (Kansas City, MO: Casa Publicadora Nazarena, 1982), 26.

  2. Basil Miller, Miracle in Cape Verde: The Story of Everette and Garnet Howard, (Kansas City, MO: Beacon Hill Press of Kansas City, 1950), 9-21, 45.

  3. Olive G. Tracy, The Nations and the Isles: A Study of Missionary Work of the Church of the Nazarene in the Nations - Israel, Jordan, Syria, Lebanon, Italy - and the Isles - the Cape Verde Islands, (Kansas City, MO: Casa Publicadora Nazarena, 1958), 193.

  4. Rev. J. Elton Wood, carta (29 de Março, 1996).


Este artigo foi reproduzido com a permissão de Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, copyright © 1999 por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos são reservados.