Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Macie, Salomão

1922-2009
Igreja do Nazareno
Moçambique

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O Rev. Salomão Macie nasceu numa família que não era cristã, mas do tempo quando era criança, percebeu que a mão de Deus o protegia. Quando teve doze anos de idade, ele foi tomar banho num rio quando foi apanhado por um crocodilo. Ele não sabia como se defender, mas Deus o libertou da boca do crocodilo.

O Pastor David Khukhu convidou-o assistir aos cultos na igreja da aldeia de Banze. Ele não quis assistir no princípio, mas o pastor continuou convidando-o e o Salomão começou a pensar que devia ir assistir na igreja. Nada mudou na sua vida, mas Deus estava a falar ao seu coração. Os pais não estavam contentes sobre a sua assistência aos cultos e os contactos com o pastor. Um outro pastor, Yohani Mungoi, começou a orar por Salomão e orava por ele frequentemente até ele morreu em 1936. Depois disso, o Salomão foi trabalhar na capital de Maputo (então chamava-se Lourenço Marques). Quando ele regressou a casa, havia um novo pastor na igreja, o Pastor André Simbini. O Pastor Simbini foi uma grande ajuda ao Salomão.

O Macie diz que ele aceitou o Senhor como jovem com dezasseis anos de idade. “No dia 7 de março de 1938, eu arrependei-me dos meus pecados. Foi um dia muito importante para mim.” Ao regressar a Maputo para trabalhar, o Sr. Josias Ukweyo foi uma grande ajuda ao Salomão que cresceu bem na fé. Em 1940, Salomão foi trabalhar nas minhas de África do Sul e ele ficou aí por um ano e meio.

Em 1942 o Macie teve uma experiência muito difícil com o seu patrocinador do tempo quando era criança, o Sr. Silvano Bandze. O Bandze pediu ao Macie acompanhá-lo para a aldeia de Bovole, perto da vila Marracuene. O Macie negou e o Bandze não gostou disso e ficou um pouco zangado com o Macie. O Bandze finalmente viajou sozinho para a cidade de Joanesburgo e Macie ficou em casa com a sua mãe e seu irmão mais novo. Não muito tempo depois disso, o Macie comprometeu-se para se casar e foi trabalhar nas minas de novo para ganhar dinheiro para o seu casamento. Em 1944, o Salomão e a Rosalina casaram-se com toda a bênção de Deus.

Em 1954, o Macie sentiu a chamada de Deus para o servir. Ele testemunha: “Foi muito difícil pensar em ser obreiro de Deus. Estive muito contente só sendo um cristão. Por 1957, Deus me mostrou que Ele mesmo me estava a chamar. Ainda hesitando, regressei de novo ao Joanesburgo até, durante aquele mesmo ano, eu prometi ao Senhor que eu faria a vontade dele. Depois disso eu regressei para casa.” O Macie foi escolhido servir como pastor ajudante do Pastor Simbini. Ao fim do ano, o Pastor Simbini foi inscrever-se na escola bíblica e o Macie ficou pastor responsável daquela igreja. Depois de um ano, o Simbini regressou à igreja e o Macie fez planos ir ao Joanesburgo de novo para ganhar dinheiro.

De repente, muitas perturbações assolaram o Macie. Havia muita doença entre os membros da sua família. Também, grandes números das suas vacas morreram. Ele lembra-se de um dia quando um porco, um cabrito e um burro, todos morreram. Naquela mesma tarde, o seu bebé morreu. Entretanto, sofrendo por falta do dinheiro, em janeiro de 1959, ele partiu para Joanesburgo de novo. Ele sabia que este tipo de trabalho não foi a vontade de Deus por ele. Ao chegar nas minas, ele foi oferecido uma pensão de 240 librés com que ele pudesse tomar a reforma daquele trabalho e ter um tempo do descanso. Ao entrar no caminho para a casa no dia 26 de março, ele lembrou-se da chamada de Deus ao ministério ao tempo inteiro. Ao chegar em casa, ele declarou o seu desejo inscrever-se na escola bíblica. A sua esposa e outros familiares não concordaram com ele, mas pelo Macie, não havia nenhum outro caminho.

Em abril daquele ano, o Rev. João Muchave visitou e recebeu o seu pedido para a escola bíblica, e em agosto de 1959, o Macie começou os seus estudos. Ele viu a mão de Deus guiando a sua vida. Havia uma grande diferença na sua vida em comparação ao tempo quando ele não quis trabalhar pelo Senhor. Continuava contente no serviço do Senhor. A Rosalina também fez estudos por um ano. Durante o seu quarto ano de estudos, o Macie serviu como pastor da grande igreja na missão de Tavane. Ele completou os estudos em 1963 e quatro anos mais tarde, em 1967, o Salomão Macie foi ordenado presbítero na Igreja do Nazareno por superintendente geral, o Dr. Hugh Benner. Uns anos mais tarde, ele foi chamado servir como pastor da Igreja do Nazareno maior no país, a Igreja Maputo Central. Durante o seu ministério na Igreja Maputo Central, esta congregação cresceu a ter uma assistência de 800. [1] A Rosalina foi uma grande ajuda para ele em todo o seu trabalho e juntos serviram o Senhor e a igreja por vinte cinco anos.

Em 1978, o Rev. Salomão Macie foi eleito como superintendente distrital do Distrito de Maputo e ele serviu nesta capacidade até ao seu aposentamento em 1987. Ele deu direção aos programas da distribuição de comida e outros recursos pela Igreja do Nazareno e com o governo por todo o país. Também serviu um tempo como presidente do Conselho Cristão de Moçambique.

O Dr. Paul e a Sra. Margaret Dayhoff lembram-se que na década de 1970, ele pregava muito efetivamente nos acampamentos na missão nazarena de “Arthurseat” na Província Limpopo de África do Sul. Os cultos foram realizados numa grande tenda. Sempre que ele inspirava a congregação rir-se, ele gritava à gente, na lingual changana, “Mi nga hleki, Manazarene” (Nazarenos, não devem rir-se!), e a gente riu-se mesmo mais.

No dia 23 de maio de 1986 na assembleia distrital da igreja, o Superintendente Macie deu o relatório informando os membros que o distrito então teve um total de 2,467 membros. Isso representou um aumento de l,013 membros sobre o ano anterior. Ele disse, “Isso mostra a maneira maravilhosa que o povo está regressando a Deus. A mão de Deus já está a abençoar o seu trabalho e nós, os seus filhos, temos alegria. Mas,” ele continuou, “não crescemos em número das igrejas ou ramos. Os membros de umas igrejas estão espalhados devido às perturbações.” [2]

O Rev. Macie e a esposa tomaram a reforma em 1987. [3] A resposta final das suas orações veio em 1992 quando a guerra civil chegou ao fim. O Rev. Salomão Macie faleceu e passou ao seu lar eterno no dia 21 de fevereiro de 2009. A elogia lida no seu funeral segue:

“Filho, nós vamos para Céu.” Isso é o que foi dito por ele quem nós, sem dúvida, consideramos um herói da fé, o Rev. Salomão Macie, quando o seu filho mais velho o ajudou subir no carro para o levar ao hospital quando gravemente doente. Com esta expressão, nós estamos sem dúvida que o nosso Rev. Macie não teve medo da morte. Mesmo na sua condição debilitada devido a sua doença, ele sempre acreditava que ele não ia morrer, mas que ele simplesmente estava na jornada para o seu lar celestial.

O Rev. Salomão Macie começou a sua carreira pastoral na provincial de Gaza, e dado o seu dom na pregação da Palavra de Deus, foi logo chamado para ministrar na antiga Lourenço Marques, agora Maputo, primeiro como pastor da Igreja de Maputo Central e mais tarde como superintendente distrital do Distrito de Maputo, um papel em que ele serviu até ao seu aposentamento. Devido ao dom da pregação da Palavra de Deus, e a seu carisma e prestígio que ganhou pelo ministério, o Macie nunca conseguiu saborear o descanso normalmente dado aqueles que estão aposentados. Segundo os seus filhos e outros que o amavam, o Macie trabalhava mais durante o tempo do seu aposentamento que durante o tempo do serviço ativo. Por exemplo, no último domingo da sua vida aqui, ele estava a pregar na nova igreja sendo plantada em Khongolote onde muitos encontraram o Senhor como Salvador.

“Só tomo ordens de Ele que me chamou.” Preocupados com o estado da sua saúde e sentindo mal sobre a força gasta pela pregação, os filhos decidiram chamar uma reunião da família com o pai numa tentativa persuadi-lo recusar mais convites celebrar casamentos, pregar aos avivamentos, ou dar palestras nos seminários. Eles viram que depois de cada um destes eventos, o estado da sua saúde piorava mais e ele ficava mais fraco. Apelaram-no tentar descansar e poupar as suas energias e cessar as pregações porque, como disseram, ele estava aposentado e ninguém o culpava se ele recusasse. Sem falar em círculos, o nosso herói da Fé respondeu aos filhos, “Filhos, eu entendo o que está a dizer, mas devem entender que eu estou somente cumprindo a minha chamada. Vós não me chamastes. Aquele que me chamou, no dia em que Ele pensa que eu já cumpri o meu trabalho, Ele terminará as minhas atividades. Então, podem relaxar no facto que Ele que me chamou decidirá quando eu já terminei a minha missão.”

Realmente, o Rev. Macie fechou a sua carreira em Khongolote, pregando e dirigindo almas para Cristo. Homens deste tipo de fé são raros. Louvores sejam dados a Deus por nos ter dado a oportunidade viver com tal homem de Deus aqui no nosso Moçambique abençoado. [4]

Paul S. Dayhoff


Bibliografia:

  1. Rev. Douglas Alexander, relatório verbal, (Agosto de 1993). Vicente J. Mbanze, carta com correções, (28 de junho de 2000).

2.”Reports from the Churches,” Mutwalisi, (The Herald), Shangaan/Tsonga revista da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul, (Florida, Transvaal, South Africa: Nazarene Publishing House, July 1986),4-5.

  1. Salomão Macie, um resumo autobiográfico, traduzido pela Sra. Lorraine Schultz. Cook, Franklin R. & Steve Weber. The Greening: The Story of Nazarene Compassionate Ministries. (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1986),26.

  2. Obituário lido ao funeral do Rev. Salomão Macie.


Este artigo produzido com permissão da* Africa Nazarene Mosaic: Inspiring Accounts of Living Faith*, primeira edição (Florida, Gauteng, South Africa: Africa Nazarene Publications, 2002), direitos autorais © 2001, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.