Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Manhique, Nossita

1905
Igreja do Nazareno
Moçambique

A Nalayazane Nossita Manhique começou a assistir os cultos da igreja na Missão Betel, (Njatigue), na vila de Manjacaze, logo depois da chegada dos primeiros missionários nazarenos em 1922. Ela assistiu aos cultos com duas outras senhoras. Os cabelos dela estavam saturados com lama vermelha que significava que ela estava dedicada especificamente à adoração dos espíritos dos antepassados. Durante um culto, ela foi à frente da igreja e orou e arrependeu-se dos seus pecados. Ao regressar à casa, ela tomou banho e lavou os cabelos. Depois, em troca por uns amendoins, ela comprou um lenço, uma blusa e uma saia cumprida – a traje de costume para senhoras cristãs. A transformação na sua aparência foi tão grande que a missionária, a Sra. Pearl Jenkins, não a reconheceu quando ela chegou para assistir ao culto no domingo seguinte.

Uns meses depois havia gritos fortes vindos da zona da aldeia da missão um pouco longe da casa dos missionários. O missionário Charles Jenkins foi correndo para investigar e achou a nova crente, a Nalayazane, sendo batido fortemente por três homens. Ela estava machucada da cabeça aos pés. A explicação foi que ela estava comprometida a um homem uns anos anteriores. Naquele tempo ele não teve recursos suficientes para pagar a lobola (o preço da noiva segundo o costume africano), mas já completou o pagamento há pouco tempo. Agora foi o dever destes três homens, os parentes dela, entregá-la para se casar com aquele homem para quem ela estava comprometida. A Nalayazane identificou-se como crente cistã e recusou casar-se com este homem não crente. Os três homens insistiram que o missionário mandasse embora da missão a Nalayazane, mas em vez disso, ele ordenou que eles parassem de bater nela. O Rev. Jenkins afirmou que ela estava livre sair se ela desejasse, mas que ela não seria mandada embora por força. Os homens zangaram-se fortemente e ameaçaram incendiar os edifícios da missão. Sendo construídos de estacas, caniço, capim e lama, teria sido relativamente fácil cumprir a ameaça durante a noite. Então, os homens disseram que eles lavassem o caso ao administrador do governo na vila de Manjacaze, uns três quilómetros distante.

O Missionário Jenkins percebeu que este caso seria uma prova. Ele preparou o burro e orava sinceramente, e ele chegou primeiro ao gabinete do administrador do governo. O administrador recebeu-o com gentileza e escutava à história contada por Rev. Jenkins. O administrador prometeu ao missionário que, se a menina declarasse a razão porque ela não quis casar-se com este homem, e fazer isso na presença do pai dela, ela não seria esforçado ir com ele. Os crentes tiveram tempos especiais de oração. Oravam que a Nalayazane, que já teve coragem suficiente quebrar com a tradição da tribo e da família lavando os seus cabelos, teria a coragem e fé em Deus suficiente para completar com esta situação. Os missionários sabiam que, sendo o primeiro caso deste tipo, uma precedência seria estabelecida para o trabalho futuro do Senhor naquela área.

No dia em que ela foi chamada, a Nalayazane regressou contente e livre. O administrador mandou o pai dela devolver o pagamento da lobola que já foi pago por ela, e lhe disse que ele seria reembolsado quando ela se casasse com um homem da escolha dela. Entretanto, tendo quebrado com as tradições e a lei do seu povo, ela ficou condenado ao ostracismo pela família. Não tendo lugar, ela foi viver com os crentes na missão. Com ela, foi estabelecida o Lar das Meninas de Gaza. Depois de um tempo de instrução e crescimento espiritual, a Nalayazane foi batizado e ficou membro da igreja. Ela tomou o nome cristão de Nossita naquele tempo. Ela trabalhava na missão por sete anos de depois casou-se com um pastor.

Ao acampamento de 1936, uma oferta especial foi levantado para ajudar iniciar o trabalho na aldeia de Mangorro fora no mato. No ano seguinte, o Pastor Sansão e Sra. Nossita foram iniciar o trabalho e estabelecer uma igreja. Foi uma experiência nova por eles, ouvindo os leões roncando a noite toda. Havia pouca chuva naquela zona e a ceara falhou-se. Pouco depois da ida deles ao Mangorro, a zona sofreu a fome pior na memória da gente. Muitas pessoas morreram procurando comida. Por um tempo, o Pastor Sansão e a Nossita continuaram, mas no fim eles foram forçados regressarem e viver mais perto da Missão Ebenezer.

Em 1961 a Nossita ainda estava fielmente fazendo o trabalho do Senhor. Muitos anos mais tarde, ele transferiu-se para a Província de Mpumalanga na África do Sul. [1]

Paul S. Dayhoff


Citação:

  1. Samuel Young, God’s Unfailing Faithfulness: Life of Charles S. Jenkins (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1961), 33-35. F. Chism, O. Lovelace & C. Jenkins, The Lord’s Doing: Nazarene Missionary Achievements in South Africa (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1941), 158-9, 197-98. Vicente Mbanze, letter, October 4, l996.

Este artigo é reproduzido, com permissão, de Africa Nazarene Mosaic: Inspiring Accounts of Living Faith, primeira edição (Florida, Gauteng, South Africa: Africa Nazarene Publications, 2002), direitos autorais © 2001, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.