Coleção Clássica DIBICA

Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.

Venn, Henry

1796-1873
Comunhão Anglicana (Church Missionary Society)

Henrique Venn

Henrique Venn foi uma das pessoas mais influentes do movimento missionário do século dezanove. Hoje ele é conhecido principalmente como pai do princípio da “igreja indígena,” (autossustentável, autogoverno, auto propagação). Houve muito mais deste homem e do serviço cumprido deste homem. Além do seu estadismo missionário, o Venn influenciou a política governamental e ficou na frente das filas dos evangélicos do século dezanove.

A experiência e treinamento do Venn prepararam-no pelos papéis que ele foi destinado ocupar. Ele nasceu no dia 10 de fevereiro de 1796 no bairro de Clapham da cidade de Londres. O pai dele, o João (1759-1813) foi o reitor da paróquia de Clapham e pastor do Sr. Guilherme Wilberforce, Henrique Thornton, Tiago Stephen, todos envolvidos na abolição de escravatura na Inglaterra. Eles e uns outros compuseram o grupo influente que mais tarde foi conhecido como a “Seita de Clapham”. [1]

A “Seita de Clapham” foi o centro da iniciativa entre os evangélicos da segunda geração. [2] A primeira geração Avivamento Evangélico foi dominada pelos irmãos João e Carlos Wesley e Jorge Whitefield. Mais uma personalidade proeminente foi Henrique Venn (1725-1797), pai do João e avô do Henrique. Num movimento que foi dividido entre Whitefield e os Wesleys, os anglicanos como Henrique Venn tomaram uma posição média. Eles rejeitaram o calvinismo do Whitefield e o perfeccionismo dos Wesleys, mas afirmaram a necessidade de conversão, piedade genuína, confraternidade calorosa e evangelismo. Embora não fosse questionada pelos críticos, eles mantiveram a fidelidade à Igreja Anglicana. Foi esta posição teológica que informou o ativismo social e missionário desta segunda geração. O primeiro Henrique Venn foi o pai espiritual da Seita de Clapham. Embora a primeira geração dos evangélicos fosse preocupada com a direção de um avivamento, a segunda geração organizou uma serie de sociedades filantrópicas e religiosas. Ajudaram os pobres, ensinaram crianças ler, escreveram e publicaram literatura, lutavam contra a escravatura, e enviaram missionários para outras terras. O Wilberforce dirigiu o movimento contra escravatura no parlamento mas ele teve a plena cooperação e apoio deste círculo de Clapham. O João Venn presidiu sobre a reunião em que a Sociedade Missionária da Igreja foi organizada em 1799 e escreveu a sua carta original. A Seita de Clapham também teve um papel importante na formação da Sociedade de Tratos Religiosos em 1799 e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em 1804.

A Porta-voz Evangélica

A família Venn experimentou uma vida familiar muito contente., mas quando o Henrique teve só sete anos de idade, a mãe dele faleceu. Dez anos mais tarde, o pai também faleceu. Assim, com dezassete anos de idade, ele foi deixado chefe da família. Uma tarefa que ele assumiu foi completar o trabalho iniciado pelo pai escrevendo a biografia do seu avô. A Vida e Cartas do Henrique Venn foi finalmente publicado em 1834 e passou por mas cinco edições subsequentemente. No estilo do seu dia, este volume pesado foi composto principalmente das cartas do avô. Mas no prefácio, o Venn tentou reconciliar e clarificar as origens do movimento evangélico. Com a publicação desta Vida do seu avô, o Venn estabeleceu-se como intérprete da tradição evangélica. Pelo resto da sua vida, ele influenciou o curso do movimento evangélico através das suas escritas.

O Venn não foi tão bom um pregador como foi o seu avô. O seu dom foi como administrador na sala do comité e através das iniciativas de gestão. A Sociedade Missionária da Igreja chegara a uma posição proeminente entre as sociedades evangélicas, e o Venn percebeu muito bem este facto. A terceira geração dos evangélicos estendeu o trabalho iniciado pelos dirigentes da segunda geração. O Senhor Shaftesbury e outros foram os pioneiros da reforma social legislativo e também estabeleceram missões domésticas da década 1830 e diante. As reuniões anuais destas sociedades religiosas foram realizadas durante a primavera. As “reuniões de maio” foram realizadas na Sala de Exeter no centro de Londres e continuaram por seis semanas. Nestas reuniões os corações dos fiéis foram aquecidos, novos compromissos foram feitos, e o entusiasmo pela multidão de causas evangélicas foi dinamizado de novo.

O Venn zelava para manter a tradição estabelecida e preservado por seu avô e pai. Esta tradição foi evangélica em doutrina e espírito e leal à Igreja Anglicana. A sua vista foi moderada. Inovações ou modas teológicas não foram vistas como aceitáveis. Por exemplo, O Venn não teve simpatia nenhuma pelo milenarismo apresentado por um grupo na margem da Igreja. Quando foi estabelecida a Aliança Evangélica em 1846, o Venn e muitos outros evangélicos afastaram-se da Aliança por causa da atitude da Aliança para com a igreja estabelecida. Embora o Venn tivesse uma mente aberta sobre o avivamento de 1859, ele tentou dirigir pessoas fora da expressão emocional e para uma atitude equilibrada e serviço construtivo.

A voz principal dos evangélicos foi a revista mensal, O Observador Cristão. Esta revista foi estabelecida pela Seita de Clapham em 1802 e o João Venn, o pai do Henrique, foi um dos contribuidores principais nos primeiros anos da publicação. O Observador Cristão sempre ficou uma publicação privada mas do princípio foi respeitada como uma voz de autoridade dos evangélicos. O Henrique Venn ficou membro da junta da revista por muitos anos e contribuiu regularmente para as suas páginas como escritor. Desta posição ele anunciou vigorosamente sobre vários assuntos teológicos enfrentando a Igreja.

A posição do Venn entre as pessoas proeminentes dos evangélicos e o respeito que ele teve em vários círculos é visto no facto que duas vezes, ele foi pedido pelo primeiro-ministro servir como membro de comissões reais. Em 1864 serviu como membro da Comissão de Assinaturas Clericais e em 1867 foi nomeado servir na Comissão de Rituais. Ambas as comissões tratavam com questões eclesiásticas sobre quais os evangélicos tiveram sentimentos profundos. O Venn tentou representar estas preocupações no trabalho das comissões sem sacrificar o bem-estar de toda a Igreja.

Proponente de Política Pública

A tradição de Clapham combinou a piedade pessoal com ativismo social. A “Seita Clapham” foi composta de homens ricas e de alta posição social. Um bom número deles eram membros do Parlamento. Tiveram acesso aos corredores de poder e creram que deviam influenciar a política pública do perspetivo cristão. O Tiago Stephen, filho de um membro proeminente da “Seita Clapham,” ficou conselheiro legal do Gabinete Colonial. Também, casou-se com a irmã mais velha do Henrique Venn. O Stephen subiu à posição mais alta no serviço civil quando foi nomeado Subsecretário Permanente do Gabinete Colonial em 1836. Além da sua contribuição importante no desenvolvimento do sistema do serviço civil, o Stephen exerceu uma influência maior na política colonial por uma geração total. Ele tomou a posição que as colónias britânicas foram uma responsabilidade temporária. Depois de um tempo, cada colónia requeria a sua própria independência. A política oficial devia estabelecer o curso por este desenvolvimento por encorajar cada colónia criar instituições sociais, políticas e legais que corresponderiam com as suas circunstâncias únicas. Entretanto, ficou a responsabilidade da Grã-Bretanha guardar a integridade da gente nas colónias e usar o poder dela para erradicar as maldades como escravatura.

O ponto de vista do Stephen foi geralmente compartilhado pelos dirigentes dos missionários. Durante a década de 1830, por exemplo, a Sociedade Missionária Metodista e a Sociedade Missionária da Igreja trabalharam para prevenir a colonização da Nova Zelândia. Mais um outro filho de Clapham, o mais jovem Carlos Grant (por então conhecido como Senhor Glenelo), servia como Secretário das Colónias e foi completamente simpático com estes pontos de vista. O Secretário Dandeson Coastes da Sociedade Missionária da Igreja ajudou estabelecer uma sociedade pela proteção dos direitos das indígenas. Interesses comerciais eventualmente prevaleceram, mas os evangélicos montaram uma oposição bem forte.

O Venn ficou Secretário da Sociedade Missionária da Igreja em 1841, menos que oito anos depois da proibição da escravatura de todas as colónias britânicas por um ato do Parlamento. Mesmo assim, o negócio em escravos estava a florescer. O Senhor T. F. Buxton popularizou o conceito que “a Bíblia e a charrua” tiveram o poder acabar com a escravatura porque forneceram o alternativo legítimo a este comércio ilegal. Quando o Buxton faleceu em 1845, ninguém assumiu responsabilidade por esta causa com mais vigor do que o Venn. Ele vigorosamente encorajou o Parlamento manter uma frota da marinha britânica na região da costa marítima de África Ocidental. Em 1849, quando o assunto da frota subiu de novo no Parlamento para ser avaliado, o Venn dirigiu uma delegação de doze pessoas para consultar com o Senhor Palmerston, o Ministro dos Assuntos Estrangeiros. Apresentaram-lhe um documento bem raciocinado e documentado de dezasseis páginas explicando a situação. O Palmerston foi tão impressionado que ele manteve a frota marítima em lugar. Só em 1865 ficou terminado o comércio em escravos nas zonas de África Ocidental. Sem a vigilância e liderança moral do Venn e os outros, a situação teria sido muito diferente.

Logo que foi resolvido a situação do comércio em escravos na África Ocidental, o Venn virou a sua atenção para a costa marítima de África Oriental. Ele não viveu para ver o fim deste negócio, mas ele teve uma mão na preparação de uma estratégia e lançando as primeiras ataques.

Educação foi o segundo foco da preocupação da política pública do Venn. O Venn, o Alexandre Duff e outros dirigentes da sociedade missionária tomaram uma parte ativa na preparação de um documento que influenciou profundamente o programa educativo. Em 1854, este documento, O Despacho de Educação, foi publicado. Por este documento a Companhia de Índia Oriental foi comprometida a um aumento significante do sistema educativo na Índia e abriu o caminho para apoio financeiro. Isso ficou a base de todo o sistema de escolas patrocinadas pelas missões por todo o país.

O Venn recomendou que toda a educação seja realizada nas línguas indígenas. Ele reconheceu que, se a lingual inglesa fosse usada como a língua de instrução, a maioria não teria acesso a educação. Ele organizou a Sociedade Cristã para Educação no Vernáculo por toda a Índia para promover tais escolas. Ao mesmo tempo, ele discutia que o governo devia autorizar o uso da Bíblia em todas as escolas públicas na Índia. Nem todos os amigos de Venn foram convencidos que isso foi a política certa. Embora a política nunca fosse adotada pelo governo, o Venn sempre creu que um governo cristão foi obrigado fornecer um bem-estar cristão por seus cidadãos. Isso não significava que o povo devia ser forçado aceitar a religião estabelecida pelo governo. Significou somente que um governo cristão devia exercer uma influência cristã consistente com seu caráter.

O desenvolvimento de sistemas de educação na África Ocidental dependia muito mais nas missões do que na Índia. O Venn creu que a educação era a fundação de todo o desenvolvimento político, económico e social. Em 1864, ele preparou um documento cumprido que recomendava uma política governamental mais esclarecida para África Ocidental. Ele insistiu que os africanos próprios deviam ser treinados para assumir responsabilidade total pelo governo e comércio. Anos antes, ele começou a levar jovens africanos para Grã-Bretanha para serem treinados. Um dos primeiros médicos africanos foi o Africanus Horton, um jovem levado para Grã-Bretanha pelo Venn.

O Venn também quis que o governo tomasse um papel mais agressivo no desenvolvimento económico. Segurança foi um problema maior na África Ocidental por causa do negócio em escravos e a falta de serviços governamentais. O Venn impressionou o governo aumentar a exploração geográfica do interior e os meios de transporte. Mas, ele não esperava para ação do governo. Ele pessoalmente encorajou os comerciantes de Manchester, Inglaterra, para estabelecer uma indústria de algodão na Serra Leoa e entre o povo Ioruba. Ele fez um investimento dos seus próprios recursos na compra de máquinas e sementes, e no treinamento de africanos para a indústria de algodão. No fim, esta tentativa foi condenado a falhar porque a terra não foi apropriada para a produção de algodão, mas a confiança do Venn na potência de África não teve limites.

Este interesse no desenvolvimento económico, de facto, veio da convicção dele que, se as necessidades económicas do povo fossem satisfeitas através do comércio construtivo e legítimo, as maldades tal como a escravatura seriam eliminadas.

Nos seus trinta e um anos como Secretário da Sociedade Missionária da Igreja, o Venn encontrou-se com os representantes do governo muitas vezes. Tiveram respeito por ele, mesmo se as suas ideias não fossem aceitas. As suas posições foram sempre bem preparadas e bem explicadas. Frequentemente as suas fontes de informação foram melhores que os representantes do governo, e ele sempre buscava os factos com cuidado. E também, sempre teve amigos influentes que deram apoio ao Venn nestes assuntos.

Missionário Estadista

Embora as missões já não fossem uma coisa nova pelo tempo que o Venn ficou um administrador da missão, ele reconheceu que havia muitas faltas. O movimento moderno de missões operava sem uma fundação de teoria especial nem de teologia. Foi um movimento baseado em considerações pragmáticas. O Venn frequentemente mencionou a necessidade para identificar e delinear todos os princípios missionários. Perto do fim da sua vida ele falou da “ciência de missões.” Isso foi uma reflexão dos sentimentos que as missões foram numa fase exploratória e experimental, e também do seu compromisso pessoal para procurar estes princípios.

O movimento missionário do século 19 recebeu o seu impulso principal do avivamento do século 18. Também, ao mesmo tempo, isso foi a idade de exploração geográfica e descobertas. Os Jornais do Capitão Cooke tiveram uma influência enorme. Uma parte mais importante da literatura missionária durante a primeira metade do século 19 foi na forma de “pesquisas cristãs” e histórias das viagens dos missionários. Não havia nada que se aproximou uma teologia de missões até 1843 quando o António Grant publicou as suas Palestras de Brampton. Mas, os pontos de vista de Grant sobre a direção episcopal da Igreja fizeram a teologia de missão dele não aceitável pelos evangélicos como o Henrique Venn.

O Venn trabalhou por indução procurando os princípios de missão. Ele observou as fraquezas numa igreja fundada e dirigida por missionários. Ele procurou aquilo que desse uma igreja integridade. Uma igreja precisava de sentir o seu próprio valor. Durante um período de 15 anos, ele identificou três aspetos deste valor. Uma igreja deve ser dirigida por alguém vindo do seu próprio corpo de membros. Enquanto os membros olham para uma pessoa de fora por sua direção, os membros sentirão menos responsáveis. Da maneira semelhante, se os membros não assumem os custos financeiros da igreja, eles terão uma falta de integridade. Finalmente, o terceiro valor é visto quando os membros assumem responsabilidade pela evangelização e extensão do trabalho da igreja. Quando uma igreja seja fundada por um estrangeiro, fica muito fácil ficar dependente neste missionário para continuar com esta função. Assim, os três ingredientes da integridade de uma igreja foram formulados e exprimidos como: autossustento, autogoverno e autopropagação.

O Venn propôs duas condições necessárias para ter uma igreja desenvolvida com êxito: uma igreja deve dirigir-se a si mesmo, e deve ser uma missão com estrutura responsava. Ele descreveu o relacionamento entre os dois como um edifício, e os andaimes que o rodeiam. Deste relacionamento ele desenvolveu o ditado frequentemente citado: “a eutanásia da missão.” Isso não foi nenhuma piada. O Venn pensava que uma vez que uma igreja foi desenvolvida que tivesse a sua própria visão para missões, a estrutura missionária que deu à luz a igreja já não foi necessária e precisava de ser removida. A verdadeira chamada da missão é avançar para novas áreas mais além. Para ajudar a nova igreja adotar esta visão e mantê-la na frente, o Venn sempre recomendava que membros das novas igrejas fossem treinados e enviados como missionários aos novos lugares. Um bom exemplo disso foi o envio do Samuel Adjai Crowther de Serra Leoa para a terra dos Iorubas em 1845, e mais tarde para o delta do Rio Níger. No fim, o Crowther ficou responsável como bispo sobre todas estas áreas da Nigéria. [3]

Como evangélico, o Venn presumiu que existia um depósito teológico fixo sobre o qual a missão foi baseada. Na sua procura de princípios missionários, ele não consultou as ideias bíblicas ou teológicos tanto como a experiência contemporânea. A sua base teológica não foi negociável, mas os princípios que emergiam deles foram. A integridade da igreja nova continuou sendo central a seu sistema de pensamento, mas o Venn foi menos dogmático que os seus sucessores na maneira em que ele usou a formulação. Mais, o Venn nunca assumiu que a formulação dos princípios foi a última palavra. Ele sempre procurava novas ideias e observações para informar a prática missionária corrente.

Durante a última década em que ele serviu como secretário, ele estava profundamente interessado nos casos da expansão espontânea que ele estudou. Isso fez surgir novas questões sobre o papel do missionário e o trabalho do Espírito Santo na missão. A diminuição da sua força física preveniu o Venn de fazer mais investigações e desenvolver mais ideias nesta área.

Além da leitura dos relatórios mais correntes das missões contemporâneas e das revisitas sobre missões, o Venn também dedicou-se ao estudo da história das missões. Por uns catorze anos, ele estudava a vida e o trabalho do grande missionário Católico Romano, o Francisco Xavier. Em 1862 ele publicou um livro sobre Xavier e o seu trabalho missionário [4]. Os seus colegas entre os evangélicos entendiam mal o livro, e os católicos romanos não gostaram deste livro. Mas, este trabalho deu-lhe um ponto de referência muito valoroso na sua avaliação de “missões modernos.”

O estadismo do Venn baseava-se na sua capacidade como administrador. Em 1838-1839, o Venn quase morreu de uma doença do coração. Ignorando o conselho dos médicos viver numa maneira muito mais sossegada, ele aprendeu andar mais devagar e deliberadamente, assumindo a posição do Secretário da Sociedade Missionária da Igreja com quarenta e cinco anos de vida. A sua reputação por trabalho disciplinado é visto pelas 6000 cartas oficiais nos arquivos da Sociedade Missionária da Igreja e 230 títulos na bibliografia das suas escritas publicadas. [5] Numa maneira muito diferente do seu contemporâneo americano, o Rufus Anderson, o Venn nunca visitou nenhuma das missões no além-mar. Mas ele sempre era leitor dos relatórios missionários. Muito cedo na sua carreira ele aprendeu para ter em conta a falta de perspetiva nas histórias dos missionários, e ele não confiava na “romance de missões.” Ele manteve um círculo amplo de amigos entre africanos e asiáticos e sempre os recebeu no seu lar quando eles visitavam em Londres. Estes contactos tiveram uma influência profunda no desenvolvimento das políticas do Henrique Venn.

A Marta, a esposa do Venn, faleceu em 1839 depois dos onze anos de casamento. Ele foi deixado com três crianças novas para criar. Eles tiveram um casamento muito contente, e segundo o sobrinho do Venn, o Sr. Leslie Stephen, outros olharam a eles com profunda admiração. O João, filho do Venn, ficou presidente do Colégio de Gonville e Caius College, Universidade de Cambridge, e o filho, Henrique, ficou pastor paroquial na Inglaterra.

O Henrique Venn faleceu no dia 13 de janeiro de 1873. Segundo os desejos dele, foi enterrado numa caixão simples no cemitério da paróquia de Mortlake, na zona ocidental de Londres. A dignidade simples do culto foi uma reflexão da força do homem. Os hinos cantados tiveram um tema missionária que apontaram à dedicação que ele teve às missões mundiais durante toda a sua vida.

Wilbert R. Shenk


Notas

  1. Este não foi um grupo formalmente organizado. O nome vem da aldeia de Clapham nos subúrbios de Londres. Nem todos os membros foram anglicanos e nem todos foram residentes regulares de Clapham. Aproximadamente doze homens formaram este grupo do qual o Guilherme Wilberforce foi o membro mais bem conhecido. Quase todos foram membros do Parlamento. O grupo foi unido por uma visão social e política reforçada por convicções religiosas. Cf. E. M. Howse, Saints in Politics, para ver uma conta profunda deste grupo de profunda influência.

  2. Seguindo a convenção britânica, “evangélico” aqui é uma designação de membros da Igreja Anglicana que aceitaram a pregação da justificação pela fé, conversão pessoal, e piedade calorosa e fervente. Os primeiros evangélicos frequentemente usaram o termo “religião experimental” para significar uma experiencia religiosa interna e intensa, e também ações práticas por serviço e missões. (Os “evangélicos” é designação dos evangélicos da igreja não do estado.)

  3. Uma exposição mais profunda da missiologia do Venn encontra-se no artigo “Henry Venn’s Instructions to Missionaries” escrito por Wilbert R. Shenk e publicado em Missiology.

  4. The Missionary Life and Labours of Francis Xavier Taken From His Own Correspondence: With A Sketch of the General Results of Roman Catholic Missions Among the Heathen (London: Longman, Green, Longman, Robert and Green, 1862), p. 324.

  5. Wilbert R. Shenk, comp., Bibliography of Henry Venn’s Printed Writings with Index (Elkhart, Indiana: Institute of Mennonite Studies, 1975, distributed by Herald Press, Scottdale, Pa.), p. 100. Toda a correspondência do Venn agora está indexada. Índices e cartas estão nos arquivos da Sociedade Missionária da Igreja, Londres. Uma seleção breve dos esritos do Venn foi editada por Dr. Max Warren, To Apply the Gospel: Selections from the Writings of Henry Venn (Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1971).


Este artigo é reproduzido do Occasional Bulletin of Missionary Research, Apr. 77, Vol. 1 Issue 2, p. 16-19, direitos autorais © 1977, redação por G. H. Anderson, and N. A. Horner. Todos os direitos reservados.