Coleção Clássica DIBICA
Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.Litswele, Enoch and Ruth
O Dr. Enoque Hlupheka e a Sra. Rute Litswele serviram como os pioneiros da Igreja do Nazareno na África Central, e mais tarde foram nomeados oficialmente como missionários pela Junta Geral da igreja.
O Enoque nasceu na vila de Sabie na Província de Mpumalanga. Quando teve cinco anos de idade, o lar dele desintegrou-se quando a mãe dele morreu. Ao contrário do costume, o Rev. Samson Mkabela, o marido da tia paterna do Enoque, deu a ele e seus irmãos um lar. Os rapazes foram criados pelo tio e tia deles. O Enoque foi dado a tarefa de pastorear os cabritos.
Foi na quinta chamada “Albany” na Igreja Betel quando o Enoque teve oito anos de idade que ele ouviu pela primeira vez do amor de Deus. Quando ele teve dez anos, ele entregou-se ao Senhor Jesus e assim achou uma paz profunda. Foi o Pastor Titus Dlamini que orou com ele ao altar da igreja.
Em 1952, ele foi estudar na escola nazarena situada na missão chamada “Arthurseat.” Aí ele experimentou a bênção da inteira santificação tendo procurado a bênção várias vezes. Mais tarde, enquanto ele estava a servir na Malawi, esta experiência foi confirmada na sua via. Quando ele era estudante, o Enoque não teve dinheiro suficiente para comprar livros. Ele preparou-se deixar os estudos, mas um missionário, o Rev. D. Herman Spencer (chamado “Hlalala” – Quem que conhece o caminho) [1] ofereceu-lhe um emprego e ajudou-o financeiramente. O Enoque pediu se fosse possível fazer um trabalho extra para que ele pudesse ter extra para ofertas na igreja. [2] O Enoque começou os estudos secundários na “Arthurseat” e desejava ser um professor.
Durante o tempo das ferias da escola, ele frequentemente ia ao mato sozinho para orar. Como resposta das suas orações, ele ganhou uma bolsa para continuar os estudos porque ele alcançou primeira posição académica na sua classe. Também, ganhou um prémio por suas traduções de coros em inglês para a língua zulu. Num dia em 1954, Deus chamou-o para o serviço do Senhor como pregador.
Naquele ano ele estava a servir como estudante pastor da igreja na aldeia de Edinburgh. Junto com um professor do Zimbabué, chamado Professor Buwu, andava de bicicleta cada domingo para a igreja. Um dia, durante uma reunião de pastores na Missão Lorraine na Província Norte, o missionário superintendente, o Rev. William Esselstyn, estava a falar sobre a necessidade de pastores no país de Malawi. Também estava a projetar fotos daquele país. Ao ouvir as palavras e ver as fotos, o Litswele sentiu Deus chamando-o para ir trabalhar em Malawi. [3]
Ao completar os a escola secundária, o Litswele foi estudar na Escola Bíblica Nazarena de Suazilândia em Siteki. Completou os quatro anos de estudos em 1960 e no mesmo ano ele casou-se com a Sra. Rute Magongo.
A Rute nasceu na vila de Siteki, Suazilândia. Os pais dele foram o Sr. Dabede e a Sra. Lizzie Magongo. A mãe dela estava uma crente muita forte e membro da Igreja do Nazareno. Ela levou os filhos para assistir aos cultos da Igreja do Nazareno em Siteki e foi aqui que a Rute encontrou Jesus como Salvador, mesmo como menina nova.
A Rute estudou na Escola Primária Nazarena em Siteki e a Escola Secundária Nazarena em Manzini. Em 1954 e 1955 ela foi inscrita como estudante no Colégio Nazareno para a Formação de Professores em Manzini. Esta escola foi a única escola que formava professores em todo o Reino de Suazilândia naquela época.
Ao completar os estudos, a Rute regressou à vila de Siteki e ensinava na Escola Primária Nazarena de 1956 até 1960. Além das responsabilidades como professor, ela também estava muito ativa nas atividades da igreja local e distrital. Na igreja local ela serviu como professora na escola dominical, e ao nível distrital, ela era membro e organizador dos jovens na sociedade missionária. Nesta capacidade ela visitava as igrejas andando longas distâncias ao pé.
Durante o último ano dela estudando em Manzini, o Enoque também estava em Manzini como estudante na Escola Secundária Nazarena. Quando a Rute regressou à Siteki em 1956, o Enoque inscreveu-se na escola bíblica ali. Depois do casamento deles, foram para a vila de Bethel, Província de Mpumalanga, na África do Sul. O Enoque serviu como pastor da igreja local, e a Rute dava aulas nas escola nazarena na vila.
Durante os próximos 44 anos (até 2004), a Rute serviu junto com o marido nos países de África do Sul, Malawi e Zimbabué como professora nas escolas primárias e também nas escolas bíblicas. Em 1963 e 1964, ela serviu como professora na Escola Bíblica Nazarena na cidade de Limbe, Malawi. Deus abençoou o casal Litswele com cinco filhos. Os três rapazes são o Jabulani, o Jonathan e o Sibusiso, e as duas meninas são a Carol e a Juliet. [4]
O Enoque Litswele foi ordenado presbítero pelo superintendente geral Nazareno, o Dr G. B. Williamson, em 1963. Foi no mesmo ano que eles responderam à chamada de Deus ir servir na África Central. Foram para Malawi para ajudar no trabalho pioneiro da Igreja do Nazareno naquele país. Eles precisavam de aprender a lingual chewa. Serviram em Malawi por dois anos e depois, devido uns problemas de saúde, e por causa das necessidades da igreja em Zimbabué, os Litsweles transferiram-se para a cidade de Salisbury (agora Harare). Isso exigiu a aprendizagem de mais uma nova lingual, a shona. Por três anos o Rev. Litswele serviu como pastor da igreja de Mbare em Harare, a primeira igreja nazarena em Zimbabué. Em 1968, devido ao facto que a Rute não conseguiu obter um passaporte (a Suazilândia ficou independente naquele ano), ficou necessário regressarem para casa.
O Rev. Litswele teve o dom de pregar e ele pregava com poder. Em 1971 ele escreveu uma ilustração para descrever a experiência de inteira santificação. Se um cão seja dado ou vendido a um novo dono, este cão deve ser amarado por um tempo bastante cumprido. Se não, o cão fugirá e regressar ao seu lar antigo. Mas, chegue o dia quando aquele cão possa ficar solto e ficará contente na nova casa. A liberdade ficar um cristão contente e fiel vem pela liberdade do desejo regressar à vida pecaminosa. [5]
Ambos o Enoque e a Rute ensinaram na Escola Bíblica Nazarena Lula Schmelzenbach Memorial situada na missão de Arthurseat do ano 1968 até 1989. O Rev. Litswele foi eleito diretor da escola em 1975. Além de servir na escola bíblica, o Litswele também serviu como pastor da Igreja do Nazareno de Maviljan na vila de Bosbokrand. Durante este tempo o Litswele também completou em 1984 o grau de bacharel em teologia. Em 1985, o Litswele foi aos Estados Unidos. Ali ele completou o grau mestre em artes em religião, com honras, na Faculdade Nazarena de Bethany em 1986.
Uma vez quando servindo como diretor da escola bíblica de Arthurseat, os estudantes estavam queixando sobre a comida sendo servido no refeitório. O Litswele visitou o refeitório para ver a situação, e um estudante levou um prato da comida dos estudantes e a serviu ao Diretor Litswele. O Rev. Litswele comeu tudo mas não disse nada. Uns dias depois, os Litsweles convidaram o mesmo estudante à casa deles para jantar com eles. Quando a comida foi servida, foi exatamente a mesma comida que os estudantes estavam servidos no refeitório. Esta lição prática ajudou melhorar muito a atitude dos estudantes. [6]
Em 1989, a Rute conseguiu um passaporte sul africano e os Litsweles conseguiram regressar ao Zimbabué. A Rute serviu como professor e o Rev. Litswele ficou diretor da escola bíblica. Em 1990, como missionário, ele foi nomeado diretor da missão por Zimbabué. Em 1992, eles foram pedidos transferir-se para Malawi. O Litswele serviu como diretor da Faculdade Teológica Nazarena de África Central, uma escola servindo Malawi, Zimbabué e Zâmbia. Ficaram aqui até 1995 quando o Litswele foi eleito reitor da Faculdade Teológica Nazarena na África do Sul perto de Joanesburgo. Também, desde 1991, o Litswele serviu como membro do Comité Consultiva Regional pela Igreja do Nazareno.
Em 1991, o Rev. Litswele escreveu, “O meu sonho é que a igreja africana seja uma igreja de autossustento, não dependente da igreja do além-mar para a apoiar, mas aprendendo que Deus possa fornecer todas as nossas necessidades através dos nossos próprios membros, e depois, procurar alcançar aos outros. Eu sei que Deus pode fazer isso.” [7]
O missionário Rev. Maurice Hall escreveu, “Nós na África Central fomos muito abençoado tendo obreiros como a família Litswele e a Sra. Salome Dlamini. Temos grandes dívidas por causa do trabalho deles feito na África austral e central durante muitos anos.” [8] E mais tarde o diretor do campo de África Central, o Rev. Steve Doerr escreveu do Rev. Litswele, “A sua integridade superior e a sua sabedoria profunda faz dele um líder exemplar.” [9]
Em 1998, o Enoque Litswele foi honrado pela Universidade Nazarena Sul em Bethany, Oklahoma, EUA, com o grau doutor da divindade. Em outubro de 2001 ele aceitou a posição do Diretor Regional Auxiliar pela Região África da Igreja do Nazareno. A Rute foi um grande apoio dele nesta capacidade.
No dia 27 de abril de 2004, a filha deles, a Julieta, faleceu subitamente depois de uma doença breve. Ele serviu como professora por onze anos. Mais que mil pessoas assistiram ao culto fúnebre dela realizada na Missão de Arthurseat. Ela deixou duas filhas, a Sharon e a Heidi. [10]
Em janeiro de 2006, os Litsweles ficaram aposentados e regressaram para a casa familiar na aldeia de Shatale perto da vila de Bosbokrand, na Província Limpopo no oriente de África do Sul. Pouco depois, o Enoque Litswele descobriu que estava a sofrer de diabetes, e no dia 4 de maio de 2006 sofreu o que foi achado ser uma trombose do cérebro. Ele estava gravemente doente, e no fim foi operado para tirar coágulos de sangue do seu cérebro. Depois, melhorou rapidamente e com terapia física, recuperou as capacidades normais. [11] Fez o trabalho inicial de uma história da Igreja do Nazareno em África e foi pedido frequentemente pregar nas igrejas.
No dia 21 de outubro de 2010, a Rute Litswele faleceu. Ele sofreu uma trombose cerebral em setembro e nunca recuperou. Ele faleceu só cinquenta dias antes da data quando eles celebravam o quinquagésimo aniversário do casamento, no dia 10 de dezembro. “Ela cumpriu fielmente a batalha da fé, ela cumpriu a sua corrida, e guardou bem a sua fé. Ela morreu no Senhor e descansa eternamente das suas obras e das suas dores.” [12]
Paul S. Dayhoff
Notas
-
O nome dado a ele pela assembleia distrital, Tavane, Moçambique em 1972. Mutwalisi, (O Arauto), revista changana/tsonga da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul, (Florida, Transvaal, South Africa: Nazarene Publishing House, Mutwalisi, Julho-Setembro, 1971),7.
-
Mary Meighan, carta, (28 de março de 1992).
-
Enoque Litswele, entrevista gravada, (1972).
-
Biografia da Rute Litswele enviado pelo Dr. Enoque Litswele, (Dezembro de 2004).
-
E. Litswele, Lebone la Kgalalelo, (The Lamp of Holiness), revista Pedi/Sotho/Tswana da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul, (Florida, Transvaal, South Africa: Nazarene Publishing House, October-December 1971),14.
-
Contado pelo Caleb Mathebula na Faculdade Teológica Nazarena, Joanesburgo, (Outubro 1993).
-
Enoque Litswele, “Answering the Call”,Trans African, (Florida, Gauteng, South Africa: Africa Nazarene Publications, September-October, 1991), Enoque e Rute Litswele, carta, Honeydew, (20 de janeiro de 1996).
-
Maurice Hall, I Sought for a Man: The Story of Nazarene Missions in Central Africa, (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, 1966),68-9.
-
Steve Doerr, “Report”,Trans African, (November-December 1990),3.
-
Kyle Lauf,Out of Africa, boletim informativo eletrónico, (Florida,1710, South Africa Africa Nazarene Publications, May 4, 04), 2 .
-
Jonathan Litswele, cartas eletrónicas para a Sra. Marilyn Goin, (11 e 13 de Maio de 2006). Jabulani Letswele, carta eletrónica, (22 de maio de 2006). Jonathan, carta electronic, (12 junho 2006).
-
Colile Letwele (neta do Enoque and Rute Litswele), carta eletrónica (21 de outubro de 2010).
Este artigo reproduzido, com permissão, do Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, direitos autorais © 1999, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.