Coleção Clássica DIBICA
Todos os artigos criados ou enviados durante os primeiros vinte anos do projeto, de 1995 a 2015.Mokoena, Enos
O Rev. Enos Mokoena, um grande homem de Deus, foi um dirigente pioneiro no estabelecimento do trabalho da igreja tanto na Província tanto na Província de Mpumalanga como nas outras áreas da África do Sul.
Ele nasceu na zone de Richmond perto da cidade de Sabie, o filho mais novo do Mlambo e Lebeyile Mokoena. Como rapaz, ele assistiu uma escola noturna da Igreja Wesleyana na aldeia de Kleinfontein perto da Sabie. Ele estudou até o professor morreu. Em 1919 e participou na escola tribal da iniciação na Sabie.
Depois, ele começou a trabalhar nas minas de ouro perto da Sabie. Em 1922, um missionário Nazareno, o Rev. Joseph F. Penn, visitou os internatos dos mineiros. De facto, eram só palhotas feitas de capim sem qualquer provisão para o saneamento. Era uma zona muita suja. O que impressionou muito o Mokoena foi ver o Rev. Penn, vestido com um fato limpo, ajoelhar-se na sujidade orando pelos mineiros. A sua experiência prévia com o europeus foi que eles amaldiçoaram-no e davam-lhe pontapés. Frequentemente um outro pastor, o Rev. Ezrom Mkabela, visitou-os também. Foi aqui que o Mokoena se converteu e aceitou Cristo como seu Salvador. Em 1924, ele começou a assistir a escola da missão na Sabie.
Percebendo que Deus o chamou para pregar, o Mokoena viajou para a vila de Pigg’s Peak na Suazilândia em 1925. Viajou de comboio até a estação de Hectorspruit, e andou de pé dali até à Pigg’s Peak, uma distância de cerca de 80 quilómetros. Ficou aí na escola bíblica até 1930. Primeiro, ele precisava de aprender ler a Bíblia e escrever. Durante este tempo, ele experimentou o batismo do Espírito Santo. [1]
O Mokoena estava na missão de Endzingeni, uns 25 quilómetros à leste de Pigg’s Peak, ao tempo de Pascoa em 1929. Foi naquele tempo que o missionário pioneiro da Igreja do Nazareno em África, o Rev. Harmon Schmelzenbach, faleceu. O Mokoena ajudou fabricar um caixão simples para o enterro. Durante os estudos na escola bíblica, havia avivamentos frequentes entre os estudantes. Depois, os estudantes circulavam entre as igrejas estendendo o espírito de avivamento com eles. Num culto onde o Mokoena serviu como pregador, um jovem, o Thomas Ndlovu, respondeu ao Senhor e aceitou a chamada pregar. Mais tarde, o Ndlovu ficou um grande evangelista sucedido. Na Suazilândia, o mentor do Mokoena foi o missionário, o Dr. William Esselstyn.
O Enos Mokoena e a Pastora Lois (Mathebula) Mokoena (1908-1994) cassaram-se em 1931. Ele pagou oito vacas aos pais dela como lobola (“preço da noiva”). Ela estava da vila de Marite na Província Norte e converteu-se em 1924 quando estava a trabalhar no lar dos missionários em Sabie. Os pais dela tentaram forçá-la casar-se com um homem não crente. Os missionários protegeram-na e em 1926 ela foi estudar na escola bíblica em Pigg’s Peak. Durante o tempo aí, ela experimentou a obra da inteira santificação. Ele dedicava-se muito à oração e foi um dirigente forte e influente entre as mulheres e também na sociedade missionária. Serviu nestas capacidades toda a sua vida. Também, ela foi conhecida pelo apoio que sempre dava fielmente ao marido. Tiveram nove filhos, um rapaz e oito meninas. Cinco das filhas ficaram enfermeiras qualificadas.
Ao regressar à África do Sul da Suazilândia, o Mokoena viajou de cavalo uma distância de 60 quilómetros para assumir responsabilidade pela Igreja de Sand River, perto da futura Missão de Arthurseat. Ele também dava aulas na escola de Sand River. Em 1935 ele foi transferido para a Igreja de Betel (perto de Sabie) onde ele serviu como pastor e também como professor na escola.
Enquanto ele estava na Betel, ele comprou uma vaca de um Sr. Case. Sem o Mokoena saber, um curandeiro chamado Zitha também desejava comprar a mesma vaca. Ele ficou muito zangado quando a vaca foi vendido ao pregador. O curandeiro obteve uma pedra específica de um homem chamado Monareng, e colocou a pedra perto da casa do Mokoena. Esta pedra foi composta de um mineral que, segundo as tradições, atraia o relâmpago. Na Suazilândia, uma igreja foi queimada duas vezes e cada vez o incêndio foi atribuído à presença de uma pedra de tal mineral.
Assim, a casa do Zitha foi situada perto da casa do Mokoena. O relâmpago, de facto, atingiu uma casa, mas não foi a casa do Mokoena. O relâmpago atingiu uma das palhotas do Zitha, a mesma palhota onde ele realizava as suas cerimónias. Num dia o Zitha estava a beber com um Sr. Nkonyane, e o curandeiro contou-lhe a história sobre o relâmpago. Também, ele confessou-lhe que teve muito medo do Rev. Mokoena, porque acreditava que ele era um mágico poderoso. O Nkonyane foi o pai da nora de um dos pastores, e o Mokoena ouviu isso deles.
Em 1943, o Mokoena foi nomeado dirigente de todas as igrejas nazarenas na África do Sul e ficou necessário ir viver na Missão de Arthurseat. De 1946 até 1948, os Mokoenas estudaram na Escola Bíblica Nazarena de Suazilândia. O Enos Mokoena foi um estudante excelente. Ele foi ordenado presbítero em 1947 pelo superintendente geral da Igreja do Nazareno, o Dr. Hardy C. Powers. Ele foi o primeiro presbítero ordenado na Igreja do Nazareno na África do Sul. [2]
O Mokoena conta histórias das vantagens que a igreja teve na região sudeste da Província do Norte. A Igreja do Nazareno ministrava entre as três tribos maiores daquela região – os swazis, os tsongas, e os pedis. Ao outro lado, a Igreja Luterana só trabalhava entre os pedis, e a Igreja Presbiteriana trabalhava só entre os tsongas. Os chefes dos povos naquela região aceitaram bem os nazarenos, mas nenhum deles se arrependeram.
Os Nazarenos cultivaram a reputação por honestidade e os dirigentes estabeleceram o exemplo. O Mokoena conta a história de uma visita que ele fez à loja do Matikiti (do Sr. Travers) . Ele comprou três correntes para usar carroção de bois. Ao chegar em casa, ele descobriu que ele foi dado um troco excesso da sua compra. No dia seguinte ele regressou à loja e falou com o empregado, o Sr. Maluki Maditweni. Contou-lhe que tinha recebido o troco errado. O Maditweni, pensando que o Mokoena significou que não recebeu troco suficiente, protestou com força, jurando que lhe deu o troco certo! Quando ele percebeu de facto o que o Mokoena estava a dizer, ele foi chocado. Ele nunca ouviu falar de uma ação como a do Mokoena. Ele disse ao Mokoena que ele poderia ter mantido o dinheiro extra como se fosse uma oferta de Deus. O Mokoena respondeu, “Temo a Deus, não o senhor!”
Em 1944 os dirigentes da missão foram chamados à fazenda do Sr. Madabula na estrada para vila de Tzaneen. Aí umas pessoas foram morrendo de malária, e entre eles havia muitas crianças. O lavrador ouviu falar do hospital da missão na aldeia de Acornhoek. O Enos Mokoena e duas senhoras da igreja foram para a quinta para arranjar ajuda por eles. Ao visitar as casas da fazenda eles foram atacados por um búfalo africano, um animal bravo, grande e muito perigoso. Não foi normal encontrar um deles naquela zona porque normalmente ficavam nas reservas e nos parques nacionais. O búfalo deixou as senhoras e perseguiu o Mokoena. Ele conseguiu escapar com a sua vida escondendo-se atrás de uns arbustos densos. O patrão da fazenda, o Sr. Masiye, tratou com o Mokoena com muito respeito depois disso, dizendo que ele devia ter medicina tradicional muito forte para escapar do búfalo assim.
Este Masiye teve um inimigo chamado Mabunda. Este inimigo estava muito invejoso do Masiye por muitos anos por causa da sua posição como patrão. Por isso, o Mabunda quis matar o Masiye pensado que a posição seria dada a ele. Assim, o Masiye teve a certeza que o búfalo foi mandado por Mabunda para o matar. Nesta situação, o Mokoena e as senhoras conseguiram dar testemunho ao poder protetor de Deus.
No dia 22 de Julho de 1960, o Enos Mokoena estava andando de motorizada, regressando do acampamento na Missão Lorraine na Província Norte. Perto da aldeia de Acornhoek, virou-se ao direito tentando evitar três jovens andando de bicicleta ao lado errado da estrada. Ele bateu uma das bicicletas, caiu e feriu gravemente a sua carra. Ele ficou inconsciente por três dias e passou três meses no grande Hospital Baragwanath em Joanesburgo. Regressando a casa, passou mais tempo no hospital de Acornhoek. Por dez anos depois disso, sofreu de um buraco perto do seu olho que vazou fluido o tempo todo. Finalmente, um especialista visitou o hospital e ele conseguiu resolver este defeito. [3]
Em 1962, o Mokoena foi eleito o primeiro superintendente distrital africano na África do Sul. Ele continuou nesta capacidade até a sua reforma em 1974. Depois disso, continuou servir no ministério especialmente com avivamentos, ministérios aos homens, e conferências. Foi um dos homens mais fieis em África e era um grande homem de oração.
O Enos Mokoena sabia excecionalmente bem a sua Bíblia. Sabia os nomes dos profetas e os reis de Israel e de Judá, junto com os seus vizinhos contemporâneos. Consegui contar todos os eventos das vidas deles. Sabia as referências escriturais e consegui repetir muitas passagens bíblicas de cor. O Rev. Major Mampa fala dele assim: “O Rev. Enos Mokoena desafiou a minha vida. Sempre visito com ele e ele me dá coragem e esperança ultrapassar os meus problemas. Como superintendente distrital, ele seguiu uma vida fiel e vitoriosa. Mesmo dava louvores a Deus por salvar a sua vida quando ele caiu da sua motorizada. Sempre um bom exemplo, ele ainda gosta de pregar e ensinar, mesmo sendo reformado.” [4]
Em 1974, depois de cerca de cinquenta anos de ministério servindo a igreja, [12] os Mokoenas construíram uma casa ao lado da missão de Arthurseat e continuou sendo ativo no ministério, na igreja local e também no distrito. A filha deles, a Kezia Mokoena, uma enfermeira, ajudou-lhes muito em arranjar a sua casa.
Em 1994, o Enos Mokoena sofreu a amputação de uma perna devido a diabetes. Seis semanas mais tarde, a sua esposa, a Lois, faleceu depois de uma doença breve. Ele continuou de mal saúde e faleceu pacificamente no dia 19 de novembro de 1999 com 97 anos de idade. Foi sobrevivido por um filho, oito filhas, vinte seis netos e trinta e dois bisnetos. Ao tempo da sua morte, ele foi o presbítero mais velho da Igreja do Nazareno em África. [5]
Paul S. Dayhoff
Notas:
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Rev. E. Mgwenya, “The Love of God to People,” Montsoša-Bošego (The Herald), Pedi/Sotho revista da Igreja do Nazareno na África do Sul, (Florida, Transvaal, South Africa: Nazarene Publishing House, September-October 1967), 3.
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W. C. Esselstyn, “Africa Moves Forward,” The Other Sheep, (Kansas City, MO: Nazarene Publishing House, April 1948), 7.
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Mutwalisi (The Herald), Shangaan/Tsonga revista da Igreja do Nazareno em Moçambique e África do Sul, (Florida, Transvaal, South Africa: Nazarene Publishing House, November-December 1960), 8.
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Major Mampa, relatório, 23 de Agosto de 1993.
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Joanie Doerr, “Out of Africa,” carta electronic do dia 21 de Novembro de 1999.
Este artigo é reproduzido, com permissão, de Living Stones In Africa: Pioneers of the Church of the Nazarene, edição revisada, direitos autorais © 1999, por Paul S. Dayhoff. Todos os direitos reservados.