Coleção Clássica DIBICA

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Mizeki, Bernard (A)

1861-1906
Comunhão Anglicana
Zimbábue

Bernard Mizeki

Quando tinha doze anos de idade, Bernard Mizeki deixou a sua casa em Moçambique e foi para a Cidade do Cabo, África do Sul, onde morou e trabalhou por dez anos. Ele trabalhava para colonos brancos e voltava todos os dias para a sua casa na favela. Ele ingressou na Escola Noturna Anglicana para negros e se negava a beber bebidas alcoólicas, esta era a forma que muitos africanos pobres afogavam seus sofrimentos. Ele tinha um dom para aprender idiomas, e este jovem africano logo aprendeu: inglês, holandês, francês e oito línguas africanas. Isto o conduziu a trabalhar como tradutor da Bíblia para as línguas nativas.

Ele logo se tornou cristão. Mizeki foi preparado para o batismo em 1886, pelos membros da Sociedade do São João Evangelista. Então ele se tornou um catequista laico em Mashonaland, e acompanhava o bispo inglês ao interior, onde agora fica Zimbábue, onde ele construiu uma estação missionária, perto da residência do grande chefe Mangwende. Mizeki organizou o seu trabalho com uma rotina de orações diárias, cuidado da sua horta de subsistência, estudo das línguas locais, e ao mesmo tempo, o relacionamento com os nativos.

A seguir, ele abriu uma escola, e com a permissão do chefe, mudou a estação missionária para uma planície próxima de uma área arborizada, onde se acreditava que moravam os espíritos ancestrais de Mashona. A estação Nhowe, prosperou desde 1891 até 1896, e o número de convertidos cresceu. O jovem catequista tinha um respeito considerável pelas crenças religiosas locais, e acreditava que aspectos da religião Espírita Shona com a sua fé monoteísta no grande deus Mwari era compatível com o pensamento cristão. No entanto, ele deixou os líderes religiosos muito irritados, ao cortar algumas árvores do lugar sagrado, e entalhar cruzes em outras.

Durante a rebelião de Mashona em 1896, Mizeki foi aconselhado a fugir, sendo que os cristãos africanos locais eram vistos como agentes do imperialismo europeu, mais do que agentes da independência. Mizeki negou-se a abandonar a comunidade cristã pela qual ele assumiu responsabilidade, e na noite de 18 de Junho ele foi atingido por uma lança na frente da sua cabana. Enquanto que a sua esposa e outra pessoa corriam em busca de comida e cobertores na tentativa de mantê-lo vivo, foi quase cegada por uma ofuscante luz branca e sentiu uma brisa forte do lado da montanha onde estava Mizeki. Ao retornar ao local onde o haviam deixado, o corpo do mártir tinha desaparecido. O lugar da sua morte tornou-se um lugar de adoração para protestantes e católicos. Todos os anos, no aniversário de sua morte, peregrinos vêm de muitos lugares da África do Sul para orar e comemorar a sua vida.

Poderoso Deus, cuja Glória é comemorada na vida de Bernard Mizeki, nós te agradecemos pelo ministério do teu servo entre o povo da África do Sul, como missionário, catequista e mártir. Através do exemplo desta firme coragem, inclusive sob risco de morte que a Tua Igreja possa ser chamada para renovar a sua fé em Ti, Grande pastor de todo o povo. Amem.

Frederick Quinn


Este artigo foi reproduzido com a permissão de African Saints: Saints, Martyrs, and Holy People from the Continent of Africa, copyright © 2002 por Frederick Quinn, Crossroads Publishing Company, New York, New York. Todos os direitos são reservados.